terça-feira, 15 de abril de 2008

Oh-Racklo, My-Racklo!

Dizei.

ORDINÁRIAS

Nós originárias conjugamos inúmeras qualidades, transbordadas de variantes, extrapoladas de outrens. Aceitamos a dádiva pítia e nos alimentamos dela, mesmo na exaustão. Fazemos muito, fazemos sempre, fazemos mais. Entretanto, temos defeitos tais, e tantos, que mesmo em face do maior encanto (e em qualquer planejamento que façamos) guardamos um tempo para balancear os adjetivos, de modo que os defeitos nunca sobrepujem as qualidades.
Esta é a conta.
E isto é tudo que podemos fazer a este respeito.
Destarte, seguimos ao mesmo tempo generosas e mesquinhas, patinando as dialéticas de cabo a rabo.

Mrs. Breeze teme. É das suas maiores fragilidades. E por característica intrínseca, de frágil, teme que esta seja fraqueza. Assim, pretende-se austera na maior parte do tempo, omitindo suas frivolidades como simulacros de vergonha.

Sina odeia obrigações. Possui alma errática e exigências imaturas condizentes com um espírito jovem e fresco. É ávida e entediada ao mesmo tempo. Às vezes, sente enorme necessidade de sair de Quinta Sagita e ser obrigada a disfarçar-se, esconder-se, permear-se, mesmo que aí esteja um lapso de masoquismo. Afinal, Sina quer ser amada mais que tudo, mais que todos, incondicionalmente. Mas, quando de seus rompantes extra-territoriais, amarga anonimatos frente às próprias façanhas e consome um pervertido prazer de ser a responsável por tão breve flagelo. Para acostumar-se, no início do processo assume sua variante tomando cálices de anis, que detesta.

Quim é fantasiosa, prestidigitadora e ilusionista. Escapa de ser mitônoma apenas por opção racional, por um desejo de controle e poder, mas sente o delírio cutucar-lhe as sinapses numa memória ancestralmente afetiva. Controla a soberba, a arrogância, a empáfia por imperativo do oráculo, mas quando acredita-se esquecida, murmura carícias de amor-próprio.